Páginas

sábado, 24 de setembro de 2011

Simple.

  Queria-te ter beijado.
  Só de pensar que bastava ter inclinado um pouco a cabeça para a frente e tomaria posse dos teus lábios… Não. Eu respeito-te. Respeito que já não sentes nada por mim, respeito que agora haja outra rapariga na tua vida, respeito que provavelmente não quererias aquele beijo, respeito que para ti, neste momento, não sou nada. A réstia de esperança que tinha, ontem resumiu-se a nada. Tenho que seguir em frente, tenho que fazer o que disse que faria mas que ainda não ganhei coragem, guardar tudo o que houve entre nós  num canto da minha memória. Trancar tudo muito bem e não deixar nada sair de lá. Nem uma simples imagem, um simples sorriso. Tenho que arrecadar tudo. A dor, o amor, a amizade, a tristeza… Tenho que começar a viver tudo de novo, um dia a seguir ao outro sem dor, sem lamentações, sem intrigas interiores, sem tiÉ difícil, sempre foi, é e será. 
  Todas as histórias de amor têm a sua marca, a sua importância, o seu lugar dentro de nós. É com elas que aprendemos a sentir novas sensações, novos sentimentos, novas emoções, novos desejos. A nossa não é uma excepção. Sei que me amavas. Sei que fui importante na tua vida, e talvez um dia mais tarde voltarei a ser, não como namorada, mas sim como uma grande amiga. Sei que tudo o que me disseste não foi da boca para fora. Eu sentia o sentimento que me tentavas e conseguias transmitir. Eu sentia toda a tua emoção sempre que estava por perto, sentia o teu nervosismo quando me olhavas e eu te “apanhava”. Sentia-te como se fossemos um só. O que fomos é agora uma memória que terá de ser superada por mim com todas as forças que me restam. Serei forte como sempre fui. E prometo que de agora em diante, deixarei de olhar para trás na esperança de te ver correr na minha direcção, tomares-me nos teus braços e beijares-me. Amo-te, disso não tenhas dúvidas. Mas o que é bom acaba depressa, e tu serás sempre tu e terás sempre o teu lugar em mim.

"O que fomos é agora uma memória (...)"