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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Little Love, X


  Depois de várias semanas a pesquisar tinha finalmente descoberto a sua morada. Iria a sua casa naquela mesma tarde para esclarecer as coisas de uma vez por todas.
  Ainda não sabia bem como iria reagir quando o visse. Não sabia como entrar em casa dele, calmamente ou logo a atacar, não sabia como abordar qualquer assunto que fosse com ele. Não interessava. Na altura logo se decidiria.
 
  Eram 16h25 quando saiu de sua casa para ir falar com ele. Levava uns 10 minutos a chegar a casa dele. Mal chegou à morada que seria a dele tocou à campainha.
  Quando ele a viu à sua porta ficou estupefacto. Estava em tronco nu, então rapidamente foi até ao seu quarto e vestiu uma das suas t-shirts preferidas. Correu até à porta e abriu-a. Para sua surpresa quando a abriu recebeu um empurrão. Caído no chão olhou para ela. Estava chateada, via-se perfeitamente a raiva que emanava dos seus olhos.
  - Como foste capaz de me escrever uma carta em vez de vires falar comigo pessoalmente? És assim tão covarde? – Atirou-lhe a carta à cara.
  - Não é nada disso, não penses assim. Se eu não fui falar contigo é porque não fui capaz. Não é uma questão de covardia…
  - Cala-te! – Gritou ela interrompendo-o. – Já disseste o que tinhas a dizer naquela carta, agora digo eu o que tenho a dizer. – Tentava conter uma lágrima que ameaçava escorrer-lhe pelo olho. – Como tens o descaramento de dizer que te substituí? Sabes o tempo que passei a pensar em ti? Tempo que agora considero perdido. Sim, devia mesmo ter-te substituído mas não o fiz… Viste-me com o Guilherme certo?
  Ele baixou a cabeça em sinal de consentimento.
  - Pois. Porque me procuraste tão tarde? Porque não me procuraste mais cedo? Tudo teria sido diferente. Talvez nada estivesse assim. Guilherme é um bom rapaz, que me fez bastante feliz, nunca me abandonou ao contrário de ti, mas tu… Tu és tu, e eu não consigo esquecer-te. És um estúpido, um otário por me teres deixado. Achas que estava mesmo feliz? O Guilherme podia fazer-me rir, mas não me fazia sorrir, podia fazer-me gostar, mas não me fazia amar. Quem faz isso, és tu.
  Começou a chorar. Sim, sempre fora ele o tal. Sempre fora ele que a fizera sorrir e amar como ninguém foi capaz de fazer. Mas porquê? Porque tinha de ser ele que também a fez sofrer de uma maneira sufocante? Ele fazia-a soluçar como uma doida, fazia desejar o impossível.
  Ele não a conseguia ver chorar. Nunca conseguira, sempre fora esse o seu ponto fraco. Ficava sempre chateado quando alguém a fazia chorar, e agora que sabia que o culpado era ele só apetecia esmurrar-se a si próprio. Querendo que ela parasse de chorar, puxou-a para os seus braços.
  - Que estás a fazer? Não me toques, larga-me! – Gritou ela esmurrando-o no peito, uma e outra vez.
  - Acalma-te princesa, estou aqui. Não chores, ficas feia a chorar, especialmente quando choras por um parvo como eu. Nunca te devia ter deixado. Eu amo-te, sempre te amei. Por favor para de chorar. – Sussurrou-lhe ele.
  Quando ela finalmente se acalmou olhou-o nos olhos. Ele, sentindo-se vulnerável ao seu olhar, encurtou a distância entre os seus lábios beijando-a.


"(...) encurtou a distância entre os seus lábios beijando-a."