Páginas

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Real Love.

    Ele disse que a adorava. Ela disse-lhe o mesmo. Ele disse que a queria. Ela disse-lhe o mesmo.
  - Porque me dizes apenas o que te digo? - perguntou ele.
  - Porque tudo o que dizes é o que eu penso e sinto. Todas as tuas palavras são as minhas – respondeu-lhe ela.
  Abraçando-a, prometeu-lhe que nunca a iria deixar, acontecesse o que acontecesse, dissessem o que dissessem, ele nunca a iria deixar. Estavam a despedir-se. Quando esta lhe respondeu àquela promessa, a sua voz era fraca e receosa.
  - Não digas isso. O que prometes hoje, amanhã será esquecido, apagado da tua mente com uma facilidade que nem tu serás capaz de perceber. Aproveita e relembra sempre este dia, estas horas, estes minutos, estes segundos, pois poderão ser os últimos.
  - Porque dizes isso? Não sabes o que sentes? Não sabes o que queres?
  Ela baixou a cabeça. Não o conseguia olhar nos olhos, não o conseguia confrontar com o que sentia dentro de si. A necessidade de se expressar era imensa mas a coragem faltava-lhe. Sentia que sempre que estava prestes a dizer o que queria, soluçava de maneira descontrolada.
  - Sabes, não aguento isto. A cada dia que passa vais ficando cada vez mais reservada. Já não confias em mim? Já não sou nada para ti? Ou isto é tudo porque te vais embora e sabes que me vais esquecer? – ele estava mais que zangado, estava desiludido.
  A amizade deles estava a desaparecer na mente dela. O que ela lhe queria dizer não era aquilo, não era aquilo que ela queria que ele pensasse. Queria algo mais que uma grande amizade, algo mais significativo, mais intimo. Não queria mais uma relação em que apenas confiassem um no outro e que se vissem apenas quando necessário. Queria algo mais. Estava incompleta. Sentia que apenas nele encontrava conforto e a ajuda de que necessitava. Nele encontrava o desejo que sentia. Necessitava de o beijar. Necessitava de dizer que o amava.
  - Eu amo-te  – gritou ela.
  - Então porque disseste que o que sinto poderá ser apagado?
  - Porquê? Porque sei que gostas de uma rapariga que ainda nem o seu nome me disseste. Porque sei que me vou mudar e que não te vou levar comigo. Porque sei que vais ser feliz, sem mim – respondeu-lhe ela com uma lágrima correndo dos seus olhos, agora vermelhos, sendo rapidamente empurrada para fora da sua face pelo seu punho enrolado na sua blusa.
  Ele abraçou-a novamente, e quando a afastou, depositou um suave beijo na sua testa.
  - Como consegues ser assim? Nem quando te enches de raiva consigo zangar-me contigo. Tal como tu precisas de mim, preciso eu de ti. – fez uma breve pausa para conseguir encontrar a coragem que de repente voltou – A rapariga que eu gosto és tu e somente tu, e se eu te prometo que não te deixo, é porque não deixo, nem que para isso tenha que abdicar de tudo o resto. A única pessoa que me prende aqui és tu, e quando tu fores também eu irei, porque te amo.
  E beijou-a.

"(...) e quando tu fores também eu irei, porque te amo."

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Necessidade de TI.

  Incerta. Confusa. É assim que ela se sente sempre que fala com ele.
  Desde há uns dias para cá que não pára de pensar nele, não pára de pensar de como teriam sido as coisas se tivesse aceitado o seu simples e inocente pedido. Sentindo-se cada vez mais arrependida, pois o motivo pelo qual o recusou desiludiu-a e agora não significa nada na sua vida, a cada dia que passa pergunta-se o que será tudo isto.
  Sente-se estranha.
  Será que há algo mais que amizade? Será mais que uma simples intimidade? Será que, se hoje fosse aquele dia em que estiveram juntos e ele lhe voltasse a fazer a mesma pergunta, ela iria recusar? 
  Duas pessoas que sempre tiveram grande carinho uma pela outra, que sempre confiaram uma na outra agora mais que nunca. Não passará tudo de uma mera ilusão que a cada dia que passa é alimentada pela sua esperança e pela sua necessidade de ser feliz ao lado de alguém que realmente goste dela? 
  Necessita dele, do seu abraço e do seu conforto. Quando se perde nos seu abraço, sente que finalmente encontrou a sua “casa”, o seu porto de abrigo, mas ao mesmo tempo, sente que entrou num outro pesadelo cheio de intrigas e ciúmes. 
  Por quê? Como? Não sabe nem se questiona acerca disso. Ele faz-lhe falta e ela sabe disso muito bem. O seu sorriso anda forçado, amarelo, o seu rosto marcado pelas noites mal passadas, a sua mente invadida de desejos que nunca desejou sentir. 
  O que é isto? Amor? Ou apenas a simples necessidade de tê-lo a seu lado, de ter a oportunidade de ser novamente feliz? Confusa, disso tinha a certeza que estava. 
  Voltarás a querê-la?

"Voltarás a querê-la?"

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Bye.

  Hoje o teu rosto já não atormenta os meus sonhos, o meu sorriso já não necessita do teu, os teus olhos já não são aqueles que me “intimidam”, o teu perfume já não é aquele que me encanta, o teu beijo já não é aquele que eu tanto desejo. 
  Hoje já não me perco no teu olhar, nos teus lábios, no teu abraço. 
  Hoje eu já não necessito das tuas carícias, do teu amor, do teu carinho, da tua voz, das tuas palavras, de ti. 
  Hoje finalmente sigo em frente, de cabeça erguida sem olhar para trás, sem lamentações, sem lágrimas. Sigo feliz à espera de uma outra aventura. Sigo feliz dona de mim mesma, sem esperar que voltes  ou me peças para voltar.
  Claro que de vez em quando és tu os meus pensamentos, claro que recordo tudo, mas agora faço-o sem mágoa, faço-o apenas pensando nos bons momentos. Sinto-me nova, viva, sem receios, sem tristezas, sem preocupações. 
  Já consigo dizer que estou bem sem mentir às pessoas, já consigo dizer que te esqueci sem me enganar a mim própria. E agora penso que seja esta a última vez que escrevo para ti, pois sempre que escrevi foi a lamentar-me e a partir deste momento as lamentações terminaram, e sabes o que ficou? Uma rapariga forte que aguentou este tempo todo sem ti e que com a ajuda de todos os que a adoram superou esta fase. 
  Foste de conhecido a amigo, de amigo a GRANDE amigo, de GRANDE amigo a namorado, de namorado a amigo, e agora sinto-te apenas como um conhecido que em tempos me fez feliz.
  Não te preocupes pois como disse eu continuo a recordar-te.

"Sigo feliz dona de mim mesma (...)"